quarta-feira, 13 de maio de 2009

DESIGUALDADE SOCIAL

CONTOS RÁPIDOS

Ao vê-lo diariamente com ar impoluto, em andar lento, trajando um terno branco bem talhado, óculos escuros, segurando uma bengala de marfim, tateando o chão na garantia de um passo seguro, um turista da hora com uma semana de vivência na cidadezinha litorânea, sentado num dos bancos da praça, arrisca uma pergunta a um velhinho que está a seu lado:
- Quem é essa figura tão exótica, extravagante, exalando tanto ares de luxo e nobreza?
O quelônio, um anuário vivo por excelência, responde com um muxoxo:
- Esse aí? Merece a vida que leva. Era um zé-ninguém. Está assim, um nababo, por causa de um erro médico. Sua riqueza custou-lhe os olhos da cara.



DESIGUALDADE SOCIAL

Quem arriscar a sair pelas ruas e perguntar ao cidadão comum o que deveria ser feito para acabar com a violência no Brasil, com certeza teria respostas díspares, tais como a instituição da pena de morte, intensificação (tolerância zero) da repressão com o aumento do contingente policial militar e mais polícia nas ruas, construção de mais presídios e, até a adoção da Lei de Talião (olho por olho, dente por dente), como já vem ocorrendo (justiceiros) em algumas cidades.
Na verdade, o senso comum, e também o senso oficial raciocinam sobres os efeitos da violência e não das causas. O povo, até admite-se estas lucubrações, mas o poder estatal, não. O Governo sabe as causas da violência e também sabe como combatê-las.
Existe uma falácia que é propagandeada aos quatro ventos, que a miséria (desigualdade social) não gera violência.
Bem, se é assim, a violência seria apenas coisa de psicopatas, de desajustados? Será que as pessoas não sentem a necessidade de ter um pedaço de terra, de uma casa para morar, de uma boa educação, uma boa saúde? E na falta destas condições basilares como reage o povo? Reage de várias formas utilizando-se de inúmeras ferramentas como a política, através de organizações que vão desde associações comunitárias, sindicatos, eleições representativas e por que não, se houver necessidade, ao exercício da força bruta por uma única e simples razão, a sobrevivência.
A desigualdade social é uma das causas de maior relevância quando se fala de violência na sociedade. O sistema em que vivemos (capitalismo) ele precisa cultivar a desigualdade. Ele precisa que as pessoas sintam necessidades. O povo não deve ter patrimônio. O povo precisa trabalhar para garantir tão somente a condição de continuar vivendo. Um exemplo: o valor do salário-mínimo. Pergunto: quem ganha salário-mínimo tem condição de constituir um patrimônio que vá além de seus filhos? Outro exemplo: quem ganha mais. Um parlamentar ou um assalariado? O parlamentar (funcionário do governo) determina quanto vai ser o valor do salário-mínimo, ou seja, a perpetuação da desigualdade social. Este mesmo parlamentar legisla sobre seu próprio rendimento e vive bem. Está explicado em parte, porque a violência não sai de cenário. Tem mais, violência dá lucro. Empresas de segurança privada (capitalistas) ganham milhares, milhões de reais vendendo serviços para inúmeras instituições, sejam através de material humano seja por instrumentos eletrônicos. Como a bebida, o cigarro, que fazem milhares de vítimas todo ano, mas rende bilhões aos empresários e aos cofres públicos, a violência precisa continuar, dá lucro.



BREGA & CHIC




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