quarta-feira, 31 de outubro de 2012


GELEIA POLÍTICA


Acompanhando as eleições deste ano 2012, para prefeito e vereadores em nosso país, pude constatar que os partidos políticos deixaram de ser partidos, tornaram-se facções, ou seja, embora com personalidade jurídica, estatutos, mas, na prática, atuando voltados para defender exclusivamente interesses de cúpula ao invés de um programa de interesse geral da comunidade, do povo.
Isso é preocupante porque fragiliza a democracia, a sociedade se descaracteriza como agente social, ela não é mais ouvida, ficando a sua ação cidadã limitada unicamente ao ato de votar e em estado de estupidez, silenciosamente, como determina a Resolução N. 23.370 do Tribunal Superior Eleitoral em seu artigo 49: É permitida, no dia das eleições, a manifestação individual e silenciosa da preferência do eleitor por partido político, coligação ou candidato, revelada exclusivamente pelo uso de bandeiras, broches, dísticos e adesivos (Lei nº 9.504/97, art. 39-A, caput).
Torna-se flagrante essa pasteurização da política, quando vemos o Sr. Luiz Inácio Lula da Silva, membro do PT, buscando eleger Fernando Haddad, seu candidato a Prefeito da cidade de São Paulo, aliando-se com o famigerado Paulo Maluf, do PP, tão conhecido da sociedade brasileira pelas suas práticas nocivas no trato da coisa pública.
Confirmando esse angu de caroço que se tornou a política brasileira, assistimos aqui em Fortaleza, capital do Ceará, a disputa em segundo turno, entre o candidato do Governo do Estado governado pelo Sr. Cid Gomes, Dr. Roberto Cláudio, do PSB, e o candidato Elmano de Freitas, do PT, apoiado pela Prefeita de Fortaleza, a Sra. Luizianne Lins(PT).
Até o começo deste ano, 2012, PT e PSB eram aliados. O Governo tinha e ainda tem, três Secretários de Estado, quadros do PT. A aliança foi rompida e na antevéspera das eleições, o PT fez um grande comício na Praça do Ferreira, onde o Presidente de Honra do PT, o Sr. Luiz Inácio Lula da Silva, com suas frases de efeito, “meteu a lenha” na turma dos “Ferreiras Gomes” que são, pasmem, seus aliados em nível federal. Deduz-se daí, uma encenação patética de idéias contrariadas para inglês ver.
Agora, o mais catastrófico quando se fala de política feita com seriedade, foi ver orbitando em torno do candidato vitorioso, o Dr. Roberto Cláudio (PSB), vinte partidos políticos, inclusive o PCdoB, que ainda se arvora de esquerda.
Não consigo acreditar que estes Partidos tenham conteúdos programáticos idênticos que legitimem essa unidade. Reside aí, flagrantemente, um fisiologismo exacerbado, o oportunismo descarado, o abrigar-se ao amparo do guarda-chuva estatal, a busca do poder pelo poder.
E o povo? Ah, o povo? Massa de manobra.       


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